-Aceita café ou chá?
-Café.
-Já sei: morno, forte e com pouco açúcar?
-Exato.
-Estranho essa coisa de amar.
-Estranho essa coisa de amar.
Ela dispõe de um olhar fixo na janela. Não retribui o olhar do anfitrião.
- Tudo o que se faz é por amor. Ele responde.
- Essa coisa sem adjetivo querendo nos adjetivar, não segue regras e mesmo assim nos condena a seu estado de espírito. Doa a quem se doar, receba quem deve e quem não deve também, o amor é do tamanho do mundo e ainda sim dá pra levar no bolso, porque ele não nos abandona um só momento, não gosta d ir embora. Mito de sombra. Não se vê, mas te vigia.
Ela agradece com um aceno o café e volta a observar a janela.
-Eu adoraria ter amado você.
O silêncio perdurou por alguns segundos intermináveis.
-O que você disse?
-Nada. Ele sorri sem jeito. É que vai começar a chover, melhor você ir.
Ela sorri de volta.
-É verdade, fiquei tão intrigada com o mini-castelo de vidro que você tem no jardim que acabei me esquecendo de olhar ao redor e para o céu.
-É que castelos de areia foram feitos para não durar e embora um de vidro seja frágil o comparo com o amor, parece resistente as ações do meio. Mas só parece.
Ambos sorriem.
Adoro contos assim que falam de amor, principalmente se tiver diálogo, acho que já disse algo do tipo aqui.
ResponderExcluirGostei também das duas últimas pequenas frases:
"Mas só parece. Ambos sorriem."
Gosto da forma como você escreve thaís, não pare nunca! :)
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