sábado, 20 de agosto de 2011

Fragilidade dos Vidros.

-Aceita café ou chá?
-Café.
-Já sei: morno, forte e com pouco açúcar?
-Exato.
-Estranho essa coisa de amar.
Ela dispõe de um olhar fixo na janela. Não retribui o olhar do anfitrião.
- Tudo o que se faz é por amor. Ele responde.
- Essa coisa sem adjetivo querendo nos adjetivar, não segue regras e mesmo assim nos condena a seu estado de espírito. Doa a quem se doar, receba quem deve e quem não deve também, o amor é do tamanho do mundo e ainda sim dá pra levar no bolso, porque ele não nos abandona um só momento, não gosta d ir embora. Mito de sombra. Não se vê, mas te vigia.
Ela agradece com um aceno o café e volta a observar a janela.
-Eu adoraria ter amado você.
O silêncio perdurou por alguns segundos intermináveis.
-O que você disse?
-Nada. Ele sorri sem jeito. É que vai começar a chover, melhor você ir.
Ela sorri de volta.
-É verdade, fiquei tão intrigada com o mini-castelo de vidro que você tem no jardim que acabei me esquecendo de olhar ao redor e para o céu.
-É que castelos de areia foram feitos para não durar e embora um de vidro seja frágil o comparo com o amor, parece resistente as ações do meio. Mas só parece.
Ambos sorriem.

Um comentário:

  1. Adoro contos assim que falam de amor, principalmente se tiver diálogo, acho que já disse algo do tipo aqui.
    Gostei também das duas últimas pequenas frases:

    "Mas só parece. Ambos sorriem."

    Gosto da forma como você escreve thaís, não pare nunca! :)

    http://amar-go.blogspot.com/

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